29 setembro 2010

*Boa noite trambiqueirosss! Primeiramente não se assustem ao olhar o tamanho da postagem, ela realmente é grandinha, mas o tamanho dela equivale também a mensagem que ela passa! Bom, o texto foi escolhido por ser da autora Marina Colassanti, que foi a autora escolhida pelo grupo das meninas que ficaram com o tema “ Nosso Tempo”, do nosso livro Convite a Leitura. Como já sabemos que ela não é brasileira, mas que veio para o Brasil para acrescentar positivamente na nossa literatura, só preciso falar que o assunto do texto não tem a ver com o tema das meninas, porém, podemos relacioná-lo perfeitamente com a realidade da segurança do nosso país nos dias de hoje!

Começou, ele disse
Marina Colasanti
Acordou com o primeiro tiro sem saber porque tinha acordado. Trazia porém do sono um aviso de alarme. Sem se mexer, sem abrir completamente os olhos para não denunciar sua vigília, olhou em volta pela fresta das pálpebras. Lentamente percorreu as sombras, detendo-se mais na cadeira, onde as roupas jogadas criavam formas que não lhe eram familiares. Fazia sempre assim quando acordava de repente no meio da noite e o coração descompassado lhe dizia que talvez houvesse algum invasor no quarto. E cada vez se detinha na cadeira. Não havia ninguém. Permitiu-se então abrir os olhos, levantar a cabeça, só pelo prazer de tornar a fechá-los, ajeitando-se no travesseiro. O segundo tiro estalou seco na rua.

O som colheu-o no estômago, na cabeça, na pele. E com a pele pareceu eriçar os lençóis, ferir a colcha. Mesmo assim não se mexeu.

Um tiro que assalta nosso sono sempre atinge o alvo, ainda que o alvo não sejamos nós, pensou surpreendendo-se com a nitidez do pensamento. Sentia-se atingido, a sensação tão mais importante do que a ordem das palavras.

Esperou um instante para ver se a mulher a seu lado na cama se mexia. Mas o colchão continuou imóvel como se vazio. Melhor assim, ela era muito impressionável, se acordasse o assunto acabaria se estendendo no dia seguinte tornando-se difícil de apagar. Ele próprio continuou na mesma posição. Tentou ouvir a respiração dela. Antes que o conseguisse, adormeceu.

Talvez tivesse apenas cochilado, questão de minutos, porque logo estava novamente acordado, olhos bem abertos, nenhum descompasso, e a certeza de saber quem lhe entrava quarto adentro. Dessa vez não era um tiro. Rajadas de metralhadora pareciam ricochetear entre os prédios estremecendo os vidros da janela. Um corte no ar, picotes abrindo superfícies que ele não via, não imaginava, recusando-se ainda a pensar carne e sangue. As rajadas seguiam-se a intervalos pequenos. E a cada brecha de silêncio ele desejava que fosse a última, fechando a noite onde ela havia sido rasgada, restaurando integridade da escuridão como o lago restaura sua superfície encobrindo o corpo que caiu.
A primeira granada estourou altíssima. Começou, disse mulher. E ele então mexeu-se porque já não era necessário cuidar do sono dela. Começou, respondeu. Continuaram no escuro.

Da rua — mas seria mesmo daquela rua?, os sons se alastravam com tal rapidez que poderiam estar vindo da praça, ou de outra rua —, de onde quer que fosse, ali embaixo ou ali perto, chegavam agora tiros de revólver. E gritos. Eram ordens gritadas, iradas, esparsas. Será que não acertam ninguém, perguntou-se ele calado, porque nenhum grito de dor ou de medo lhe chegava e a dor e medo pareciam ser só dele, dele que ali deitado não era a caça de ninguém e se sentia ferido. Desejou que se matassem, que se rasgassem, que se largassem aos pedaços pelo chão.

Levantou-se. Não vai, disse a mulher, embora sabendo que ele só iria até a janela e que mesmo assim o chegaria perto dos vidros, protegendo-se atrás da quina de cimento. Não vai, você está louco, uma bala perdida te acerta. Nessa altura não chega, disse ele certo que no alto daquele prédio alto nenhuma bala viria se perder, e ainda assim não ousando aproximar-se nem muito menos debruçar o corpo e esticar o pescoço para vasculhar, vasculhar o escuro e saber, com alguma mínima certeza, o que estava se passando.

Entre vidro e cimento olhou para baixo. Acreditou ter visto sombras furtivas. Certamente defendiam-se atrás dos carros estacionados, protegiam-se nos portões, alguns haveriam de correr entre um anteparo e outro, armas nas mãos. Estão lá embaixo, disse para a mulher. Mas sabia que tinha visto o que queria ver, talvez não houvesse ninguém naquele rio negro que era a rua visualizada do alto e ainda por cima encoberta pelas copas das árvores, talvez estivessem mais para lá, além do sinal luminoso que alheio como um farol continuava a trocar de cor.

Uma explosão. E quase em cima daquela, outra. Mais fortes, dessa vez. Recuou rápido, meteu-se na cama. Estão usando armamento pesado, disse a mulher como se entendesse de armamento. E ele respondeu, talvez sejam granadas, sabendo muito bem que nunca antes tinha ouvido uma explosão de granada e que não saberia distingui-la de qualquer outra explosão.

A fuzilaria pipocou, as balas pareciam ferir chapas de metal. Ao longe, sons semelhantes responderam. Depois explosões em série, um estrondo. E o silêncio. Nenhum carro passava.

Eles não encontravam nada para dizer. Pensavam que deveriam tentar dormir porque no dia seguinte, mas como? e se deixavam ficar, tomados por aquele medo que não era medo porque nada iria lhes acontecer mas que era medo porque tudo estava lhes acontecendo. Durante longo tempo ouviram o tiroteio intenso que ora se aproximava, ora parecia afastar-se, quase ocorresse atrás de muros. Aquilo não tinha fim. Como uma guerra, pensou ele encolhendo as pernas sobre o peito, de costas para a mulher. As rajadas multiplicavam-se em ecos, silenciavam de repente, sobrepunham-se. Sentiu um desespero sem conserto apertar-lhe a boca, azedar-lhe a saliva. Como uma guerra, disse em voz alta. E ela não respondeu, mas ele teve certeza de que em silêncio repetia, uma guerra meu deus uma guerra.

Uma guerra da qual amanhã certamente não haveria nenhum vestígio nas ruas, nenhuma notícia no jornal. Uma guerra em que todos lutavam com o rosto coberto. Chegaria um momento, na madrugada, quando as pessoas em suas camas estivessem exaustas, olhos ardendo de sono e secura, quando a batalha lá embaixo estivesse perdida ou gasta, chegaria um momento em que não se ouviriam mais tiros só cães latindo, e ele se perguntaria, como se perguntava cada vez, onde estão os mortos, onde, e quantos são, um momento em que afinal esticaria as pernas debaixo do lençol e deitado sobre as costas se permitiria afinal adormecer.

Olhou o despertador, mas a fluorescência há muito tinha se esvaído. Que hora será? perguntou à mulher, quando na verdade queria perguntar há quanto tempo estamos aqui e quanto tempo ainda teremos que ficar ouvindo, ouvindo o esfacelamento da noite. É tarde, respondeu a mulher só para dar-lhe uma resposta, ela que também tinha perguntas a fazer mas, para quê? E ele pensou é tarde, e teve vontade de chorar.


* Bom pessoal, eu espero que tenham gostado do “textinho” e talvez já me despedindo, que tenham gostado também das outras postagens que eu e todo o grupo fizemos durante o bimestre!
Beijos trambiqueiros!    



27 setembro 2010

Manuel Bandeira

                                                           Olá Trambiqueiros


Hoje, continuamos analisando alguns poemas e algumas crônicas do nosso livro paradidático e podemos analisar ótimas interpretações dos poemas e das crônicas do capítulo 6. As meninas também falaram um pouco da poetisa Marina Colassanti. Eu vou falar um pouco de Manoel Bandeira. Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu no Recife no dia 19 de abril de 1886, filho de Manuel Carneiro de Souza Bandeira e Francelina Ribeiro de Souza Bandeira. Em 1903 a família se muda para São Paulo onde Bandeira se matricula na Escola Politécnica, pretendendo tornar-se arquiteto. Estuda também, à noite, desenho e pintura com o arquiteto Domenico Rossi no Liceu de Artes e Ofícios. Começa ainda a trabalhar nos escritórios da Estrada de Ferro Sorocabana, da qual seu pai era funcionário. No final do ano de 1904, o autor fica sabendo que está tuberculoso, abandona suas atividades e volta para o Rio de Janeiro. A fim de se tratar no Sanatório de Clavadel, na Suíça, embarca em junho de 1913 para a Europa. Em virtude da eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914, volta ao Brasil em outubro. Em 1916 falece sua mãe, Francelina. No ano seguinte publica seu primeiro livro: A cinza das horas, numa edição de 200 exemplares custeada pelo autor. O autor perde a irmã, Maria Cândida de Souza Bandeira, que desde o início da doença do irmão, havia sido uma dedicada enfermeira, em 1918. No ano seguinte publica seu segundo livro, Carnaval, em edição custeada pelo autor. O pai de Bandeira, Manuel Carneiro, falece em 1920. No dia 13 de outubro de 1968, às 12 horas e 50 minutos, morre o poeta Manuel Bandeira, no Hospital Samaritano, em Botafogo, sendo sepultado no Mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista. Neste site você encontrará várias poesias do autor espero que vocês se interessem e olhem:
http://www.revista.agulha.nom.br/manuelbandeira.html

Beiijos trambiqueiros, e até a Próxima

24 setembro 2010

Rosa de Hiroshima

Olá a todos, hoje na aula de Gilsa, teve a apresentação dos grupos restantes do trabalho sobre os poemas do livro, em uma das apresentações, no grupo de Marceline, falaram sobre a Música "Rosa de Hiroshima", que eu achei muito emocionante, nota 10 o trabalho delas, e eu gostaria que vocês refletissem um pouco mais sobre a música e também comentar, pois é uma música muito bonita e cheia de ironias, segue ela a baixo:


Rosa de Hiroshima

Vinicius de Moraes

Composição: João Apolinário / Gerson Conrradi
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada

23 setembro 2010

Música e Poesia

Boa Noite trambiqueiros, vou falar mais um pouco do tema que foi abordado por mim e Bruna na nossa última aula de literatura..

Deus e Eu no Sertão                                                                                                    
   

Nunca vi ninguém
Viver tão feliz
Como eu no sertão

Perto de uma mata
E de um ribeirão
Deus e eu no sertão

Casa simplesinha
Rede pra dormir
De noite um show no céu
Deito pra assistir

Deus e eu no sertão

Das horas não sei
Mas vejo o clarão
Lá vou eu cuidar do chão

Trabalho cantando
A terra é a inspiração
Deus e eu no sertão

Não há solidão
Tem festa lá na vila
Depois da missa vou
Ver minha menina

De volta pra casa
Queima a lenha no fogão
E junto ao som da mata
Vou eu e um violão
                                      Victor e Leo

Esconderijo

Procuro a Solidão
Como o ar procura o chão
Como a chuva só desmancha
pensamento sem razão
Procuro esconderijo
encontro um novo abrigo
como a arte do seu jeito
e tudo faz sentido
calma pra contar nos dedos
beijo pra ficar aqui
teto para desabar
você para construir
                                    Ana Cañas

Porque Eu Sei Que É Amor

[ddddddddddddddd.jpg]

Porque eu sei que é amor
Eu não peço nada em troca
Porque eu sei que é amor
Eu não peço nenhuma prova

Mesmo que você não esteja aqui
O amor está aqui
Agora
Mesmo que você tenha que partir
O amor não há de ir
Embora

Eu sei que é pra sempre
Enquanto durar
E eu peço somente
O que eu puder dar

Porque eu sei que é amor
Sei que cada palavra importa
Porque eu sei que é amor
Sei que só há uma resposta

Mesmo sem porquê eu te trago aqui
O amor está aqui
Comigo
Mesmo sem porquê eu te levo assim
O amor está em mim
Mais vivo
Eu sei que é pra sempre
Enquanto durar
E eu peço somente
O que eu puder dar

Porque eu sei que é amor
Porque eu sei que é amor
                                           Titãs
 
Espero que gostem e comentem...

16 setembro 2010

Amigos, amigos; traição á parte

Boa noite galerinha :d, hoje vou dar continuidade a o tema que foi apresentado na ultima aula por : Milena, Andressa Neves e Samara. Por ser um tema interessante e satirico, resolvi prolonga-lo mais um pouco, ai vai alguns poeminhas sobre o tema :

"Nenhum homem merece uma confiança ilimitada - na melhor das hipóteses, a sua traição espera uma tentação suficiente".
                                                                          Henry Mencken


''A traição é uma saída para quem não sabe se entregar por inteiro''
                                                                          Fernanda Ilario


"Posso ser

A navalha da traição
A gilete do sadismo
Ou punhal no coração
Pode ser
Um medo cortante
Com sangue corante
De paixão constante
Deixe soar
Aquele verso em desejo
Na ginga do berimbau
Todo sonho num beijo
Etc e tal!".
                                                                         Gerson Guerra



Muitas pessoas irão entrar e sair da sua vida

Mas somente verdadeiros amigos deixarão pegadas no seu
coração.

Para lidar consigo mesmo, use a cabeça,
Para lidar como os outros, use o coração,
Raiva é a única palavra de perigo.

Se alguém te traiu uma vez, a culpa é dele;
Se alguém te trai duas vezes, a culpa é sua.

Quem perde dinheiro, perde muito,
Quem perde um amigo, perde mais.
Quem perde a fé, perde tudo.

Jovens bonitos são acidentes da natureza:
Velhos bonitos são obras de arte.

Aprenda também com o erro dos outros,
você não vive tempo suficiente para cometer
todos os erros.

Amigos você e eu...
Você trouxe outro amigo...
Agora somos três...
Nós começamos um grupo...

Nosso círculo de amigos...
E como um círculo,
não tem começo nem fim...

Ontem é história:
Amanhã é mistério,
Hoje uma dádiva,

É por isso que é chamado presente...
                                                                          Fabiano Lustosa


Profundas né??
Estudem as provas começam amanhã!!!
E comentem!!!Boas Provas!

15 setembro 2010

Sátira Política

Pessoinhas, eu sei que na nossa ultima aula nós tivemos apresentações dos trabalhos e tudo mais, mas hoje eu venho aqui "relembrar" e falar um pouquinho da sátira. Procurando algo de novo para postar achei esse vídeo que fala da sátira política e particularmente gostei muito. Achei interessante também que já havíamos visto a sátira em poemas, em charges e que ela em vídeo também seria uma boa idéia. O vídeo é curtinho cerca apenas de dois minutos e retrata de uma maneira bem direta a realidade da política do Brasil.

http://www.youtube.com/watch?v=ZWxoH-1uj9g      

* E não esquecendo, infelizmente não consegui baixá-lo do youtube, mas o link foi ai em cima e espero que não tenham problemas. Assistam pessoal, porque vale a pena!

Beijos, Juliana Moreira
Comentem!  

14 setembro 2010

vamos trabalhar ?

 - Hoje na aula de literatura tivemos duas apresentações sobre os capítulos do convite a leitura. cap 2 - Relacionamentos; amor, beleza e sensualidade  que foi o meu grupo e o cap 3 - Amigos , amigos; traição à parte eu foi o grupo de samara . 
queria abordar um pouco mais o meu tema, pedindo pra vocês que façam a interpretação de um poema de chacal chamado Fogo- fátuo, observando como ele trata do amor com aqueles tópicos lá de cima. 




Fogo-fátuo
ela é uma mina versátil
o seu mal é ser muito volúvel
apesar do seu jeito volátil
nosso caso anda meio insolúvel
se ela veste seu manto diáfano
sai de noite e só volta de dia
eu escuto os cantores de ébano
e espero ela chegar da orgia

ela pensa que eu sou fogo-fátuo
que me esquenta em banho-maria
se estouro sou pior que o átomo
ainda afogo essa nega na pia 




boora comentar galeera, um abraço e tou indo fazer o trabalho de aluisio  sobre o filme o carteiro e o poeta que é para amanhã  kisses ;) 

10 setembro 2010

Amizade

Olá trambiqueiros, estou aqui para postar um belo poema sobre amizade, que para mim é o sentimento mais puro que existe, pois na amizade você não vai ter ciúmes dos seus amigos, nem cobrar nada, e sem falar que não há interesses pessoais ou financeiros na amizade, só se a amizade for ruim é claro,ou seja, não é amizade de verdade.


Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.
Albert Einstein

09 setembro 2010

Poemas Estrangeiros

Olá trambiqueiros, para enriqueçer ainda mais o nosso blog decidi trazer poemas internacionais :

Soneto CXVI

De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.
                                William Shakespeare
 Soneto CV


Não chame o meu amor de Idolatria
Nem de Ídolo realce a quem eu amo,
Pois todo o meu cantar a um só se alia,
E de uma só maneira eu o proclamo.
É hoje e sempre o meu amor galante,
Inalterável, em grande excelência;
Por isso a minha rima é tão constante
A uma só coisa e exclui a diferença.
'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo;
'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento;
E em tal mudança está tudo o que primo,
Em um, três temas, de amplo movimento.
'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora;
Num mesmo ser vivem juntos agora.
                            William Shakespeare


Consiste a monstruosidade do amor...
Em ser infinita a vontade, e limitados
Os desejos, e ato escravo do limite...
                            William Shakespeare


"Amor quando é amor não definha

E até o final das eras há de aumentar.
Mas se o que eu digo for erro
E o meu engano for provado
Então eu nunca terei escrito
Ou nunca ninguém terá amado."
                         William Shakespeare
1º)No seu ponto de vista como é o amor para William Shakespeare?
2º)Voce acha que as poesias internacionais são mais ricas?
3º)Referente ao amor concordas com o ponto de vista do autor?
4º)O estilo da poesia varia de acordo com o pais?



Espero que essas perguntas os façam refletir melhor sobre as poesias..
Comentem!!!!

08 setembro 2010

Sátira Poética

Pessoal, hoje estou aqui para relembrar um pouco da nossa aula passada e do nosso assunto novo, a sátira poética.
Na última aula conhecemos melhor o autor e os versos de Gregório de Matos, e hoje venho aqui trazer um pouco de informação sobre o autor e crítico Tobias Barreto, que em seus poemas defendia idéias liberais. O poema citado apesar de não ser atual, tem seu tema com bastante repercussão nos dias de hoje. A história do poema foi dedicado a um juiz da cidade de Escada, no qual o mesmo participava de um processo entre um "namoro" entre um homem e uma mulher, e ele por sua vez não interpretou o namoro como crime, já que os acusados não tiveram relações sexuais.    

Namoro não é crime

Considerando que as flores
Existem para o nariz, 
E as mulheres para os homens, 
Na opinião do juiz;
Considerando que as moças, 
Ariscas como a perdiz, 
Devem ter seu perdigueiro, 
Na opinião do juiz;
Considerando que a gente
Não pode viver feliz
Sem fazer seu namorico, 
Na opinião do juiz;
Amemos todos, amemos, 
E Cupido quem o diz; 
Pois namoro não é crime, 
Na opinião do juiz…

* No poema ele defende a idéia do "namorico" e também faz uma relação com a opinião do juiz e a sua. Bom pessoas espero que tenham gostado e se tiverem alguma sugestão para melhoraria das postagens, por favor, falem.

Beijos, Juliana Moreira.
Comentem.

03 setembro 2010

Poema Visual

Bom Dia a todos, estou aqui para postar um poema dos mais belos que já vi, esse poema é de Vinícius de Moraes um poeta muito famoso e querido por todos, nessa sexta-feira sei que muitos estão cansados, mas peço a vocês que façam um pequeno esforço para comentar sobre esse belo poema, vale muito a pena pois é um poema romântico e de fácil interpretação.

Pela luz dos olhos teus

Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.

01 setembro 2010

Poema Visual

Pessoal, mais uma quarta-feira, e mais uma vez eu estou aqui tentando fazer uma ampliação dos meus e dos seus conhecimentos em literatura!
Dessa vez trago um poema visual de Renato de Mattos, um poeta e xilogravurista de Porto Alegre, que nesse poema tenta nos transmitir a arte de se fazer poema e a sua essência, assunto que por sinal já foi bastante discutido em sala de aula, e sendo assim, entendo que para muitos a interpretação do poema irá ser bem simples.     


Bom, espero que tenham gostado , e que comentem!
Beijos, Juliana Moreira.